Comunidade escolar do Melão assiste passagem da tocha olímpica; críticas predominam nas ruas

Nesse domingo (10/07), trabalhadoras e trabalhadores do Colégio Municipal Maria Luiza de Melo mobilizaram a comunidade escolar para assistir a passagem da tocha olímpica pelo Kobrasol. O dia de trabalho contou como reposição da greve realizada no início do ano.

A baixa participação nas ruas demonstra novamente o que já está explícito: em todo o país, a população não está animada com os Jogos Olímpicos. Sem a participação da comunidade escolar, as ruas estariam praticamente vazias. Ainda assim, menos de 500 pessoas participaram da atividade.

Em uma esquina da Av. Lédio João Martins, o bar DIGA’s estava lotado; mas, mesmo com a passagem da tocha ao lado, as atenções eram para o jogo do Figueirense e Grêmio. Do alto de um prédio, houve quem convocasse a população para jogar um balde d’água na tocha.

A passagem da tocha atrasou cerca de uma hora. Nesse período, bastou caminhar entre as pessoas para perceber que o principal assunto eram as críticas à desorganização da atividade; ao enorme aparato de marketing da Coca-Cola, Nissan e Bradesco; mas principalmente aos gigantescos gastos envolvidos na passagem da tocha e na organização das Olimpíadas como um todo.

Além disso, o esquema de segurança envolvido no revezamento da tocha também gerou insatisfação. A operação foi acompanhada por policiamento completamente desproporcional, em ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Polícia Militar, Choque, ROCAM, Guarda Municipal de São José e Bombeiros. Ao menos 30 veículos participaram da ação. Além das viaturas, havia caminhões, vans e até mesmo um carro dos Correios.

Em muitas cidades do País estão sendo realizadas manifestações durante a passagem da tocha, acusando os milhares de despejos, as mega-obras superfaturas, a suspensão de direitos civis, a destruição ambiental, a especulação imobiliária e o turismo predatório bancado pela mídia, grandes empresas e dinheiro público.

No fim da tarde, a tocha chegará na Beira-Mar de Florianópolis, onde haverá cerimônia e shows. Uma manifestação contra os impactos das Olimpíadas e contra o governo interino de Temer foi convocada para o mesmo local.
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Categoria aceita nova proposta, greve acaba mas a luta continua

Sexta-feira (01/4) – 21º dia letivo de greve

A coragem da categoria na quarta-feira trouxe frutos. Após ocupar a Câmara Municipal com os vereadores dentro, uma mesa de negociação com a prefeita Adeliana saiu em menos de 30 minutos. Ontem foram duas reuniões com o sindicato. Primeiro, nenhuma proposta; depois surge um pequeno avanço de 8,5% no valor do vale-alimentação.

Essa proposta foi lida em assembleia, onde avaliamos os caminhos da mobilização. Que ninguém se engane: a categoria não sai satisfeita com a proposta, muito menos com a prefeita Adeliana Dal Pont. A assembleia foi unânime em cantar “Fora Adeliana!” e “Arrogante!” durante a avaliação. Mas, por fim, a grande maioria votou por aceitar a proposta.

Nossas conquistas foram:
1. Reposição salarial de 8,5% parcelada em três vezes: 4% em maio, 2% em outubro e 2,5% em dezembro, sem retroativo.

2. Aumento de 8,5% no vale-alimentação a partir de outubro.

3. Abono das faltas e pagamento para a greve das 30 horas, de assistentes e psicólogas.

Além disso, não podemos esquecer as conquistas da aprovação dos projetos de lei do Acordo de Greve de 2015 e a vitória na reivindicação das assistentes e psicólogas a respeito dos contratos de 30 horas.

A saída da greve está condicionada à apresentação do projeto de lei do vale-alimentação ainda hoje e votação dupla na Câmara segunda-feira, para que possa ser aprovado antes do prazo da lei eleitoral. Por isso, as trabalhadoras e trabalhadores só voltam ao trabalho na terça-feira, após acompanhar a votação na Câmara e garantir que o projeto será aprovado e sancionado.

Saímos da greve sem conquistar as condições mínimas que buscávamos, especialmente a reposição completa da inflação. No entanto, arrancamos muito para quem não ia receber nada. Mais importante ainda, arrancamos e saímos de cabeça erguida. Podemos dizer pra quem quer que seja: a luta conquista, a luta vale a pena!

Não fomos fracos, seguimos em frente mesmo quando parecia muito difícil, mesmo quando vários diziam que já era impossível conquistar mais nada. Saímos mostrando que sim, deu pra conquistar um pouquinho mais. Em vários momentos, foi a base quem bateu o pé, segurou a bronca e garantiu – de forma decisiva – que métodos mais combativos seriam utilizados.

A luta segue acompanhando a votação na Câmara na segunda-feira. A luta segue na defesa de companheiras e companheiros que relataram assédio, perseguição e chantagem nas assembleias. Mais importante ainda, a luta segue nos locais de trabalho, acompanhando os debates, discutindo com nossos colegas e preparando a categoria para os próximos embates que certamente virão. A crise não será paga pelos trabalhadores!

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Foto: Sintram SJ

Base da categoria não arreda o pé: só sai da greve com reposição completa da inflação

Terça-feira (22/03) – 15º dia de greve

Na segunda à noite, conquistamos uma importante vitória para um setor da categoria. A pressão na Câmara conseguiu derrubar o veto da prefeita no projeto de lei de trabalhadoras(es) da assistência social e psicólogas(os). Agora, pode haver equiparação salarial no serviço de 30 horas, colocando São José no patamar de outros municípios da região e evitando a fuga de profissionais da área.

Foram vários anos de mobilização do setor que culminaram nesse momento, em que a força de toda a categoria em greve permitiu a conquista. Abrir a assembleia da terça-feira com esse relato trouxe emoção e ânimo para a avaliação de nosso movimento.

Ao ser apresentada a nova proposta da Prefeitura em assembleia, que consiste na reposição de apenas 8,5% parcelada em 3 vezes, a rejeição da categoria foi unânime. Frente à proposta de um plano de condições para terminar a greve no próximo dia, a grande maioria da categoria votou pela continuidade da greve geral, a entrega de uma contra-proposta e uma nova assembleia na segunda-feira pela manhã.

A disposição da base em manter a greve foi uma importante e surpreendente demonstração de força, após algumas falas na assembleia relatarem o cansaço causado pelo acampamento de 5 dias. Pela tarde, o acampamento foi levantado da Prefeitura, mas um calendário de atividades foi esquematizado para seguir a pressão e arrancar uma proposta digna o mais rápido possível.

Houve vigília na tarde de hoje para entregar a contra-proposta. Amanhã (quarta), o Comando de Greve se reune pela manhã; à tarde teremos um novo ato em frente à Prefeitura e à noite pressão importante na Câmara de Vereadores para a votação dos projetos relacionados ao acordo de 2015.

É reta final da luta e precisamos dar mais um gás na mobilização antes do feriadão, aproveitando a adesão de novas unidades do funcionalismo nessa semana. Foi a base quem sinalizou pelo caminho da luta, sem ceder à proposta rebaixada da Prefeitura. Agora, precisa garantir presença e bancar a reivindicação pelos métodos que a classe trabalhadora forjou em sua história: paralisação de serviços, marchas, piquetes, vigílias, propaganda de rua e ocupações!

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Foto: Rony Costa

Ato da mordaça em frente à Prefeitura

Quinta-feira (10/03) – 7º dia de greve

Após uma semana com ações descentralizadas nos bairros e um ato unitário com a categoria de Florianópolis, a categoria em greve do funcionalismo público de São José voltou à frente da Prefeitura da Adeliana Dal Pont (PSD). Cerca de 200 pessoas estiveram presentes, a maioria vestida de preto e carregando as simbólicas mordaças.

A ação foi motivada pelas tentativas da Adeliana em conseguir uma decisão pela ilegalidade da greve, assim como a tentativa de impedir os atos de se aproximar da Prefeitura de São José. Quem antes dizia que iria valorizar o servidor, agora não quer deixar a categoria nem chegar perto para cobrar seus direitos!

A categoria passou o recado de que não vai ser calada tão facilmente, com direito a um “deitaço”, minuto de silêncio e cantos de mobilização! Uma menção especial às trabalhadoras do CEM Profª Maria Iracema Martins de Andrade – Barreirão, que se mobilizaram junto a pais e estudantes para produzir belas faixas de luta e também um documento pressionando a Prefeitura a negociar. São essas ações da base que dão ânimo e vitalidade para a greve!

O encontro também serviu para passar informes e notícias sobre a luta. Uma das mais sérias é a respeito da demissão de mais de 150 trabalhadoras dos serviços gerais ligadas à Prefeitura. O Sintram SJ informou que esteve em negociação para garantir o emprego das trabalhadoras, que precisam negociar com a terceirizada Khronos para manter os postos de trabalho.

Além da posição de defesa de concurso público e direitos para todas as funções, é necessário aproveitar esse momento de nossa mobilização para demonstrar solidariedade com as companheiras e companheiros, ameaçados pelas relações abusivas do trabalho terceirizado!

Outros informes falaram sobre a vergonha do processo de formação de professores, que está sendo precarizado. Por conta de dívidas com os facilitadores do ano passado, a Secretaria de Educação propõe nova formação em 2016 com síntese de textos e sem especialistas no tema.

Na Câmara de Vereadores, segue o processo de angariar adesões à emenda que retira o vínculo dos benefícios ao limite prudencial. Por enquanto, 6 dos 13 vereadores assinaram. Além da emenda, será necessária pautarmos reuniões extraordinárias para avançar a votação, lembrando da data limite em abril para mexer na folha do município.

Político é que nem feijão: só funciona na pressão!

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Categoria demonstra força na Câmara e prefeita sofre duras críticas

Noite de segunda-feira (07/03) – 4º dia de greve

Na noite da segunda-feira, a categoria se encontrou em ato na Câmara de Vereadores de São José, buscando dialogar e pressionar os vereadores da cidade a respeito dos projetos de lei que possibilitam benefícios à categoria.

Aqui é importante ressaltar: são benefícios, mas não são presentes! Foi a forte greve de 2015 que conquistou avanços na negociação, incluindo o aumento da regência e a incorporação de adicional de pós-graduação.

No entanto, a prefeita Adeliana Dal Pont traiu o Acordo de 2015: chegou a encaminhar os projetos de lei atrelados ao limite prudencial de gastos do município, ao contrário do combinado, mas depois retirou de pauta quando seriam aprovados sem essa cláusula! Seu objetivo é muito claro: impossibilitar os benefícios sob a desculpa da responsabilidade fiscal do município. Enquanto isso, novos cargos comissionados são sancionados, expondo a farsa do argumento financeiro da Prefeitura de São José.

Agora, com a greve deflagrada, os projetos de lei voltam a tramitar vinculados ao limite prudencial e sem elementos básicos, como a previsão de gastos adicionais à folha do município. Dessa forma, a prefeita tenta enrolar a tramitação até abril, quando novos benfícios não podem mais ser concedidos por conta da lei eleitoral.

A forte presença da categoria na Câmara pressionou os vereadores a denunciar a manobra da prefeita, que foi duramente cobrada na fala de muitos vereadores. O momento mais quente foi durante a fala do Vereador Sanderson de Jesus (PMDB), que chamou a prefeita de mentirosa e foi repreendido de maneira vergonhosa pelo Presidente da Casa, vereador Orvino Coelho de Ávila (PSD). A sessão chegou a ser suspendida por 5 minutos, sob vaias da categoria.

O vereador Adriano De Brito (PR) convocou os demais vereadores a assinarem uma emenda nos projetos de lei, retirando a vinculação ao limite prudencial, conforme foi o Acordo de Greve 2015. Com duas sessões ordinárias por semana, o medo é que a tramitação demore demais e perca o prazo limite.

A postura dos vereadores que defenderam a greve não pode ser vista de maneira ingênua. Muitos são ligados às antigas prefeituras da cidade, com seu próprio histórico de ataques ao serviço público. Porém, precisamos saber que é a nossa mobilização que empurra os vereadores na necessária pressão para votar os projetos. As conquistas não cairão de cima, elas só saem com a nossa força!

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Sem cheque em branco para Prefeitura, a greve continua!

Manhã de segunda-feira (07/03) – 4º dia da greve

A semana começou com uma nova assembleia, para avaliar os rumos do movimento, decidir sobre o prosseguimento da greve e o calendário da semana. A categoria chegou perto de lotar o auditório da Arena Multiuso de São José.

As principais discussões foram sobre a liminar concedida pelo desembargador do TJ-SC, que apontou o retorno das atividades essenciais e determinou que não haja bloqueios à prestação dos serviços públicos; o encaminhamento dos projetos de lei sobre a regência e demais benefícios à Câmara de Vereadores; e também a declaração da prefeita Adeliana Dal Pont de que negociaria o reajuste se a greve acabasse.

Esclarecidas as medidas legais que o sindicato está tomando e discutida a importância de pressionar na Câmara, os debates seguiram sobre duas alternativas: a continuidade da greve ou um recuo tático para testar a disposição da prefeita Adeliana em negociar.

A maioria das falas argumentou que não podíamos dar nenhum voto de confiança nessa gestão do executivo, que acena pela negociação no mesmo dia em que pede liminar na Justiça decretando a greve ilegal.

Além disso, foi ressaltado o significado simbólico de uma volta ao trabalho, ainda que sob estado de greve: seria mais difícil retornar a mobilização e poderia passar um recado ingrato pra população, de que não há comprometimento com os serviços públicos, como se a decisão por parar e recomeçar a greve fosse trivial.

Por fim, a votação não demonstrou dúvida: a enorme maioria da assembleia votou pela continuidade da greve! Foi tirada uma agenda semanal com atividades diárias, optando pela descentralização da luta com panfletagens nos bairros. A assembleia terminou com um apelo à solidariedade da categoria: lutamos por nós, mas também pelo serviço público e por aquelas que vierão depois de nós!

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Foto: Sintram SJ

O teatro na Prefeitura e a Prefeitura do teatro

Sexta-feira (04/03) – 3º dia de greve

A sexta-feira foi o dia em que a greve conseguiu mostrar força e adesão. Após uma caminhada com menor participação na quinta, mais de 200 servidoras lotaram as escadarias da Prefeitura de São José para um ato de pressão e uma atividade irreverente: o júri popular sobre a prefeita Adeliana Dal Pont (PSD).

A peça, que contou com a direção do Sintram SJ no elenco e com diversos relatos de trabalhadoras(es) da base, conseguiu divulgar informações sobre a situação do município rompendo com o modelo cansativo dos enormes informes no microfone.

Com o direito à palavra deferido pelo juiz da peça, várias trabalhadoras testemunharam as péssimas condições de trabalho em postos de saúde sem gaze, agentes de saúde na rua sem proteção solar, escolas infantis sem acessibilidade para crianças portadoras de necessidades especiais, dezenas de professores dividindo um computador na sua hora-atividade.

Ir além da pauta salarial é fundamental para o sucesso da greve, na medida em que as trabalhadoras consigam dialogar com o povo para mostrar que é momento de defender os próprios serviços públicos e não apenas nós, profissionais.

Nosso cenário da peça – por ironia mas não por acaso – era em si enganoso. A bela vista da sede da Prefeitura, na Beira-Mar, indica a realidade distorcida em que pisa a prefeita Adeliana. É de longe das palmeiras, plantadas artificialmente em frente à Prefeitura, que vêm as trabalhadoras com suas experiências e lutas: salas quentes e lotadas em Forquilhinhas, CEIs sem espaço de lazer em Bela Vista, postos de saúde sem produtos básicos no Zanellato, agentes de saúde com desvio de função em Barreiros…

Fizemos nossa peça, mas o verdadeiro teatro vem sendo feito pela prefeita Adeliana, quando não pisa fora do ar condicionado pra ver a sitação da cidade, mas diz para a imprensa que valoriza o servidor!

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