Para a perda salarial é não, não e não. Para a defesa do serviço público é sim, sim, sempre

[ATUALIZAÇÃO 21h30: SERVIDORES OCUPAM A CÂMARA DE VEREADORES E ARRANCAM NEGOCIAÇÃO COM A PREFEITA

Quando saímos da assembleia da tarde, relatamos que a prefeita queria provocar as servidores e servidores pra perder a paciência. Não deu outra! Após sessão da Câmara de Vereadores, a categoria ocupou a Câmara e conseguiu, em menos de 30 minutos, que os vereadores marcassem uma negociação junto à prefeita para amanhã (quinta), às 14h. Só a luta muda a vida!]

Quarta-feira (30/3) – 19º dia letivo de greve

Na tarde de hoje, mais uma assembleia da categoria municipal de São José decidiu por manter a greve que já dura quase um mês. Foi a terceira rejeição da categoria à proposta de perda salarial oferecida pela Prefeitura, uma reposição abaixo da inflação do período e ainda por cima parcelada até dezembro, sem ter nem mesmo correção retroativa.

A posição majoritária do Comando de Greve – apontando a grande dificuldade de arrancar uma conquista maior – não convenceu a base, que se mostrou disposta a lutar até o fim. A prefeita Adeliana precisa oferecer uma proposta nova, capaz de convencer a categoria inteira, responsável pela decisão de continuar o movimento ou não.

A Prefeitura joga um jogo perigoso. Está testando os limites da categoria, esperando que surja desânimo. Porém, o que se acumula cada vez mais é a indignação. Será que Adeliana quer mesmo ver o dia em que as trabalhadoras e trabalhadores perderem a paciência?

O calendário da semana continua com pressão na Câmara de Vereadores hoje à noite, vigília na Câmara de Vereadores quinta-feira à tarde e ato em frente à Prefeitura na sexta pela tarde. A categoria avaliou em assembleia a proposta de piquete para fechar os postos de trabalho, mas a grande maioria entendeu que não era a melhor tática.

Estamos na luta em defesa dos serviços públicos, pela qualidade das creches, escolas e postos de saúde que toda a classe trabalhadora necessita. Não estamos para prejudicar a população, pelo contrário. Reivindicar direitos dos trabalhadores faz parte da defesa da qualidade do serviço público, que precisa de bons profissionais, com tempo adequado de descanso e preparo, além da valorização de seu estudo e especialização.

É hora da sociedade entrar em cena para exigir os seus direitos, mas principalmente para se posicionar. De um lado está a prefeita Adeliana; do outro estão as professoras, assistentes, enfermeiras e guardas. De um lado está a diminuição de salários; do outro está a educação, a saúde municipal e a própria lei – que determina a reposição anual da inflação. De que lado você está?

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Foto: Sintram SJ

Categoria demonstra força na Câmara e prefeita sofre duras críticas

Noite de segunda-feira (07/03) – 4º dia de greve

Na noite da segunda-feira, a categoria se encontrou em ato na Câmara de Vereadores de São José, buscando dialogar e pressionar os vereadores da cidade a respeito dos projetos de lei que possibilitam benefícios à categoria.

Aqui é importante ressaltar: são benefícios, mas não são presentes! Foi a forte greve de 2015 que conquistou avanços na negociação, incluindo o aumento da regência e a incorporação de adicional de pós-graduação.

No entanto, a prefeita Adeliana Dal Pont traiu o Acordo de 2015: chegou a encaminhar os projetos de lei atrelados ao limite prudencial de gastos do município, ao contrário do combinado, mas depois retirou de pauta quando seriam aprovados sem essa cláusula! Seu objetivo é muito claro: impossibilitar os benefícios sob a desculpa da responsabilidade fiscal do município. Enquanto isso, novos cargos comissionados são sancionados, expondo a farsa do argumento financeiro da Prefeitura de São José.

Agora, com a greve deflagrada, os projetos de lei voltam a tramitar vinculados ao limite prudencial e sem elementos básicos, como a previsão de gastos adicionais à folha do município. Dessa forma, a prefeita tenta enrolar a tramitação até abril, quando novos benfícios não podem mais ser concedidos por conta da lei eleitoral.

A forte presença da categoria na Câmara pressionou os vereadores a denunciar a manobra da prefeita, que foi duramente cobrada na fala de muitos vereadores. O momento mais quente foi durante a fala do Vereador Sanderson de Jesus (PMDB), que chamou a prefeita de mentirosa e foi repreendido de maneira vergonhosa pelo Presidente da Casa, vereador Orvino Coelho de Ávila (PSD). A sessão chegou a ser suspendida por 5 minutos, sob vaias da categoria.

O vereador Adriano De Brito (PR) convocou os demais vereadores a assinarem uma emenda nos projetos de lei, retirando a vinculação ao limite prudencial, conforme foi o Acordo de Greve 2015. Com duas sessões ordinárias por semana, o medo é que a tramitação demore demais e perca o prazo limite.

A postura dos vereadores que defenderam a greve não pode ser vista de maneira ingênua. Muitos são ligados às antigas prefeituras da cidade, com seu próprio histórico de ataques ao serviço público. Porém, precisamos saber que é a nossa mobilização que empurra os vereadores na necessária pressão para votar os projetos. As conquistas não cairão de cima, elas só saem com a nossa força!

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