Prefeita Adeliana desce o nível: coage servidores e mente para tentar encerrar a greve

A categoria manteve a dignidade após receber outra proposta ultrajante e não saiu da greve. A ousadia de lutar por nossos direitos básicos não foi bem vista pela prefeita Adeliana Dal Pont, que resolveu partir para a baixaria.

Na quarta (23), a categoria foi recebida apenas para o informe oficial de que não haveria nova proposta. Enquanto isso, a prefeita começou duas manobras arriscadas:

1. Gestores da Secretaria de Educação, a mando da prefeita, rodaram as unidades para coagir servidores que não aderiram à paralisação a participar da assembleia de segunda-feira e votar pelo término da greve. Inclusive, foi prometido abonar as faltas para garantir a participação.

2. A Prefeitura de São José soltou nota no site e Facebook sustentando que quarta passada era a data limite para encaminhar projeto de lei com a reposição salarial, caso contrário, a lei eleitoral só permitiria reajuste relativo a 2016, de 3,5%.

A resposta para Adeliana não será dada aqui, será dada na assembleia por todas e todos. O momento agora é de conversar com a categoria.

1. Toda servidora ou servidor é bem vindo na assembleia, independente de estar participando da greve ou não. A categoria trabalha junta para sustentar o município e, mais importante ainda, estará junta na vitória ou na derrota do movimento!

A assembleia é o instrumento de organização e democracia dos trabalhadores. Todo mundo pode colocar sua posição, sua proposta e seu voto. É o momento onde tiramos dúvidas, compartilhamos nossas angústias e anseios, onde nos reconhecemos como classe.

Nenhuma trabalhadora ou trabalhador vai servir de massa de manobra porque todos são afetados pela perda de valor real na nossa remuneração, assim como sofremos juntos com a precarização das condições de trabalho. Esperamos todas e todos lá!

2. A interpretação jurídica da Prefeitura é totalmente desonesta, com o objetivo óbvio de desmobilizar a luta.

A Lei nº 9.504/1997 impede “revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição”.

Nossa reivindicação é apenas pela recomposição do poder aquisitivo, não por ganhos reais. A forma como a lei é cotidianamente aplicada se refere à inflação acumulada desde a última data-base, que no nosso caso é maio de 2015. Se ela for aplicada apenas nos meses do ano vigente, ocasionaria sempre uma enorme defasagem contra os trabalhadores.

Todos os comentários explicando a questão na página da Prefeitura estavam sendo apagados. Não tem problema: a assembleia de segunda-feira à tarde estará lotada e o assunto será devidamente explicado. Vai ficar feio pra prefeita.

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FOTOS: Ato na Prefeitura, marcha e vigília na CMSJ – 23/03

“ADELI” PAGA TODO MUNDO!
Eu quero os meus 11%, porque esse 8% é vagabundo!

Na quarta (23), servidoras e servidores em greve fizeram ato em frente à Prefeitura exigindo nova proposta que contemple a reposição salarial completa – Adeliana segue dizendo que a Prefeitura não tem dinheiro.

O destaque do dia foram as paródias criadas pelas servidoras, que animaram a categoria e fizeram a marcha mais barulhenta e divertida desde o início da greve.

Após às 18h, fomos em marcha à Câmara Municipal de São José pressionar a votação dos projetos de lei com conquistas da categoria.

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Base da categoria não arreda o pé: só sai da greve com reposição completa da inflação

Terça-feira (22/03) – 15º dia de greve

Na segunda à noite, conquistamos uma importante vitória para um setor da categoria. A pressão na Câmara conseguiu derrubar o veto da prefeita no projeto de lei de trabalhadoras(es) da assistência social e psicólogas(os). Agora, pode haver equiparação salarial no serviço de 30 horas, colocando São José no patamar de outros municípios da região e evitando a fuga de profissionais da área.

Foram vários anos de mobilização do setor que culminaram nesse momento, em que a força de toda a categoria em greve permitiu a conquista. Abrir a assembleia da terça-feira com esse relato trouxe emoção e ânimo para a avaliação de nosso movimento.

Ao ser apresentada a nova proposta da Prefeitura em assembleia, que consiste na reposição de apenas 8,5% parcelada em 3 vezes, a rejeição da categoria foi unânime. Frente à proposta de um plano de condições para terminar a greve no próximo dia, a grande maioria da categoria votou pela continuidade da greve geral, a entrega de uma contra-proposta e uma nova assembleia na segunda-feira pela manhã.

A disposição da base em manter a greve foi uma importante e surpreendente demonstração de força, após algumas falas na assembleia relatarem o cansaço causado pelo acampamento de 5 dias. Pela tarde, o acampamento foi levantado da Prefeitura, mas um calendário de atividades foi esquematizado para seguir a pressão e arrancar uma proposta digna o mais rápido possível.

Houve vigília na tarde de hoje para entregar a contra-proposta. Amanhã (quarta), o Comando de Greve se reune pela manhã; à tarde teremos um novo ato em frente à Prefeitura e à noite pressão importante na Câmara de Vereadores para a votação dos projetos relacionados ao acordo de 2015.

É reta final da luta e precisamos dar mais um gás na mobilização antes do feriadão, aproveitando a adesão de novas unidades do funcionalismo nessa semana. Foi a base quem sinalizou pelo caminho da luta, sem ceder à proposta rebaixada da Prefeitura. Agora, precisa garantir presença e bancar a reivindicação pelos métodos que a classe trabalhadora forjou em sua história: paralisação de serviços, marchas, piquetes, vigílias, propaganda de rua e ocupações!

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Foto: Rony Costa

Sem sossego no fim de semana, Adeliana se compromete com mesa de negociação

Segunda-feira (21/03) – 14º dia de greve

Já são 4 noites mal dormidas no acampamento em frente à Prefeitura, mas repletas de muita solidariedade da categoria e população, que tem contribuído com sua presença e também oferecendo cafés, tortas, pizzas e outras comilanças.

Além dos dias de banquete, foram também 4 dias em que a população pode ver com os próprios olhos o tratamento oferecido pela prefeita às servidoras e servidores. As barracas levantam curiosidade, mas também a indignação do povo josefense que passa pela Beira-Mar e vê a situação.

O fim de semana, em que a cidade comemorava os 266 anos de idade, foi agitado. Sábado de manhã, a presença da prefeita na inauguração da praça na Colônia Santana não passou em branco. Cobrada pela população sobre a greve, Adeliana Dal Pont não fez pose pra foto, mas se comprometeu em sentar com o Comando de Greve na segunda-feira pela manhã!

Se era apenas uma tática para manter as aparências nos eventos de aniversário da cidade, não funcionou. Não teve trégua para Adeliana: à tarde tinha cobrança da população na inauguração de praça no Luar; à noite, na missa e no corte do bolo que a prefeita não participou.

No domingo pela manhã, a greve não esperou convite especial para a corrida de canoas. Já que navegar é preciso, então fizemos nossos próprios barquinhos de luta para comparecer no evento!

Hoje (segunda) já começamos o dia com uma vigília na Prefeitura, junto ao acampamento. O sucesso da negociação depende diretamente de nossa capacidade de mostrar a força e apoio que a greve tem, principalmente marcando grande presença na negociação.

Além da reposição total da inflação, precisamos discutir a longa pauta de reivindicações em defesa das condições de trabalho e qualidade dos serviços públicos! Na terça-feira, há nova assembleia da categoria para avaliação e deliberação.

A pergunta do início da semana é só uma: Adeliana está disposta em atender as justas reivindicações para encerrar a greve?

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Fotos: Sintram SJ

VÍDEOS: Adeliana, vou desafiar você!

Categoria canta música para a prefeita Adeliana Dal Pont em acampamento em frente à Prefeitura. A greve só sai daqui com nossas demandas atendidas!

ADELIANA, VOU DESAFIAR VOCÊ!

Vou desafiar você
Você diz que vai nos pagar
Mas não quer se mexer
Vai ter que melhorar
Eu tô aqui pra ver
Vou dizer não vou cansar
Nessa batalha a gente entrou pra ganhar

Então pode se preparar
Tem servidores aqui
Só quero te avisar
Não venha com enrolação
É greve na educação
É na saúde, na administração

Você diz que tem crise
É a crise, sempre a crise
Mas enquanto isso gasta
Só gasta, só gasta
Demite os comissionados
Se prepara pra cortar os gastos
Pra sobrar e pagar direitinho

Sem avanço na proposta, categoria faz acampamento permanente em frente à Prefeitura

Quinta-feira (17/03) – 12º dia de greve

O ato da quarta-feira trouxe mais um momento emocionante da luta. Após marcar presença em frente à Prefeitura, a categoria caminhou até a Câmara de Vereadores de São José para acompanhar a sessão onde tramitam projetos de lei referentes às conquistas da greve de 2015.

Ao chegar na Câmara, boa parte do plenário já se encontrava ocupado por servidores comissionados, com o objetivo de impedir a pressão da categoria em luta. As servidoras e servidores não se intimidaram e lotaram cada espaço remanescente, criando um forte clima de pressão com a presença das faixas. Dezenas ainda ficaram do lado de fora, aplaudindo e vaiando pelas janelas.

Na sessão, é visto que a Prefeitura propusera um veto parcial no projeto de lei referente às 30 horas de servidores da assistência social, uma das pautas da categoria.

Após duras críticas feitas à prefeita pela falta de diálogo e valorização do funcionalismo, a bancada de oposição propõe uma saída coletiva da sessão que impediu o quórum na votação, deixando os líderes de governo falando sozinhos e sem opção, a não ser cancelar a sessão sem votação. A categoria, que ainda vinha tímida nos atos, empolgou vários cantos: “Servidor na rua, Adeliana a culpa é sua!”

Hoje, a categoria se reuniu para nova assembleia geral esperando uma proposta melhor que a provocação oferecida anteriormente por Adeliana. A oferta de apenas 6% de reposição, parcelados entre maio e outubro, serviu apenas para incluir novas unidades na greve. Ao menos 5 novos locais de trabalho se apresentaram, aderindo à mobilização por conta da proposta ultrajante.

O novo ofício enviado pela Prefeitura não tinha nada de novo: repetiu a oferta de reposição bem abaixo do INPC, alegando a falta de repasses de verba. No entanto, Adeliana não deu nenhuma palavra sobre a situação da Palhoça, onde houve reposição completa da inflação. Dá pra acreditar que o município tá quebrado? Mesmo com o número crescente de comissionados?

A proposta trazida pelo Comando de Greve foi aceita de forma unânime pela assembleia: manter a greve e acampar em frente à Prefeitura até que as demandas sejam atendidas! A categoria se dirigiu em peso ao local após a assembeia. Nesse momento, às 23h, há algumas barracas e dezenas de pessoas em frente à Prefeitura. É cerco fechado na Adeliana!

Só depende da prefeita evitar que o aniversário da cidade seja manchado dessa forma. Será que o presente para a cidade é deixar professoras, assistentes sociais, enfermeiras e guardas municipais dormindo no chão duro e no relento?

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Aceitar qualquer proposta abaixo da inflação é assinar embaixo a redução de nossos salários!

Quarta-feira (16/03) – 11º dia de greve

Após uma segunda-feira de pressão na Câmara de Vereadores, que tenta fazer uma intermediação para extrair uma resposta da prefeita Adeliana Dal Pont, a categoria recebeu uma proposta ultrajante na assembleia geral da terça-feira (15/03).

Apesar da inflação maior que 11%, a proposta do Executivo foi de 6% de reajuste, parcelado em duas vezes: 4% em maio, os 2% restantes apenas em outubro. A assembleia rejeitou de forma unânime essa proposta!

O surgimento da primeira proposta coloca nossa luta em um novo momento. A prefeita Adeliana não pode mais ignorar a greve. Com isso, se estabelece uma contagem regressiva para se chegar a um acordo.

As tentativas do Executivo em impedir os atos ou decretar a ilegalidade da greve podem prosseguir, mas perdem ainda mais legitimidade frente à demonstração de que a Prefeitura está respondendo a mobilização.

Nesse momento, nossos debates precisam responder à pergunta: como podemos arrancar uma boa proposta?

Para entrar com força na negociação, é preciso um sinal claro e inequívoco da categoria a respeito das condições mínimas para negociar, ou seja, qual é o limite abaixo do qual não nos entregaremos de forma alguma. Um limite que seja realista com nossa força de mobilização, mas pelo qual valha a pena lutar.

O reajuste salarial referente à inflação é algo do qual não podemos abrir mão. Qualquer coisa abaixo disso é aceitar a desvalorização direta de nossas profissões. Qualquer coisa abaixo disso é aceitar que a crise seja paga por nós, trabalhadoras e trabalhadores, em vez de recair sobre os patrões e gestores, ou seja, os próprios responsáveis pelos rumos de nossa economia, de nossa política e de nossa cidade.

Hoje temos ato em frente à Prefeitura de São José às 17h. Ainda é tempo para a mobilização de companheiras e companheiros que não aderiram à greve nem participaram das atividades. Uma demonstração de nossa força enquanto categoria, nesse momento, é fundamental para arrancar uma proposta digna!

Amanhã, quinta (17/3), temos nova Assembleia Geral, às 14h, no Teatro Multiuso.

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Foto: Assembleia de terça (15/03) – Sintram SJ