Sete formas de contribuir com a força das ruas

Material escrito para contribuir com as mobilizações Fora Temer e por Nenhum Direito a Menos, que explodiram por todo o país em setembro de 2016. Existe uma versão panfleto, preparada pelo Centro Acadêmico de Design da UFSC aqui.

Muita gente tem ido às ruas com convicção de nossa luta, mas ainda sem oferecer muito além da sua presença na hora do ato. Sugerimos aqui sete formas para somar muito mais força nas ruas!

1. PEGUE FUNÇÕES! Um bom ato não se faz apenas com gente na rua, é necessária muita organização. Qualquer um que tiver compromisso, pode contribuir com funções como segurar as faixas, tocar na bateria, correr pela manifestação levando informações e mantendo o ato coeso, fazer contato com advogadas(os) parceiras para qualquer necessidade, produzir faixas e intervenções teatrais, levar instrumentos musicais, levar kit de primeiros socorros, criar clima de revolta com intervenções nos ônibus e ruas antes dos atos, etc.

2. CONVENÇA PESSOAS! Nossa luta precisa colocar o máximo de gente nas ruas. Tem formas eficientes e ruins de tentar fazer isso. Soltar rótulos, críticas pessoais ou generalizações não agregam as pessoas que ainda não estão conosco. Tente produzir material com sua opinião própria, relatando sua experiência nas ruas e seus motivos para se manifestar. Não precisa ficar bom como os textos e vídeos do MARUIM ou da Novelo Filmes, quem te conhece vai valorizar mais a sua opinião e entender nossos objetivos!

3. AJA COLETIVAMENTE! Nós, que não temos o dinheiro, os cargos ou a grande mídia nas nossas mãos, só temos a força da maioria. A soma de esforços nos leva muito mais longe. Ao invés de expressar apenas a sua vontade nas ruas, que tal tentar juntar seus colegas da escola, faculdade, trabalho ou comunidade? Uma posição coletiva dá muito mais força, seja com um texto, uma foto, uma faixa ou a presença organizada nas ruas.

4. AJUDE OUTROS A IR NO ATO! Dificilmente uma pessoa começa a participar sozinha, geralmente chegamos nos primeiros atos acompanhadas(os). Ofereça companhia para quem está com receio ou medo de ir – lembrando que o medo da violência policial é totalmente legítimo, mas não pode nos imobilizar. Além disso, vivemos num mundo de forte pobreza e desigualdade, onde nem todo mundo consegue ir facilmente para o Centro. Se você tiver carro, ofereça caronas para garantir que as vozes dos movimentos da periferia, do povo sem teto, população de rua, do campo, etc. estejam presentes!

5. TRABALHE COM A DIVERSIDADE TÁTICA! Cada pessoa acredita em algumas formas que são mais eficientes para a nossa luta. No entanto, as ruas são o espaço mais legítimo de expressão popular e não dá para fazer uma assembleia pra julgar cada ação que acontece em um ato. Dedique esforço em fazer aquilo que você acredita, porque táticas diferentes atingem pessoas diferentes. Temos mais chances agindo por várias frentes de ação. Se você gasta mais tempo discutindo com outros manifestantes e criando divergências internas, você está trabalhando de graça para Temer e nossos inimigos.

6. PRODUZA OPINIÃO! Pensamento único é coisa dos defensores do Escola Sem Partido. A esquerda precisa valorizar o debate, entender a divergência e valorizar a pluralidade. Formule sua opinião, seu panfleto, sua intervenção e leve para a rua, para a internet e para as reuniões. Uma manifestação forte é reflexo de um povo que se apropriou das análises e estratégias.

7. VÁ PARA ALÉM DAS RUAS! Os atos devem servir para mobilizar categorias, sindicatos, centros acadêmicos, grêmios, movimentos e coletivos. Além disso, devem pressionar toda a institucionalidade: conselhos, associações, ONGs, entidades representativas, locais de ensino devem ser cobrados a se posicionar por nossas pautas. Por fim, as ruas devem estimular outras estratégias de luta pela ação direta, como ocupações e greves. É paralisando a produção e rompendo a normalidade que os oprimidos têm maior força de transformação.

Por fim, vale lembrar que os atos de rua são fundamentais, mas ainda mais importante é ter povo unido e mobilizado para todas as reivindicações possíveis. Além de ocupar as ruas, se envolva com os movimentos populares, com sua comunidade e com coletivos que estão sempre na luta. O trabalho de base é que cria as condições para um povo forte!

atoforte