População de rua de São José faz ato com reivindicações à Prefeitura e por memória de lutas

No mesmo dia (24) em que servidores municipais faziam sua assembleia, a população em situação de rua – que se organiza e mobiliza a partir do Centro Pop de São José – realizou um ato em memória ao Massacre da Praça da Sé (SP) e com reivindicações para a Prefeitura e sociedade de São José.

Dia 19 de agosto é Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, data em que grupos de extermínio em São Paulo mataram impunemente pessoas em situação de rua que começavam a se mobilizar por direitos. Aqui em São José, onde assembleias semanais da população de rua têm acontecido para debate, organização e luta por direitos, a data foi utilizada para veicular importantes demandas locais.

Entre elas, estão a reabertura do abrigo Bom Samaritano, fechado pela gestão Adeliana Dal Pont sob o argumento de uma reforma, mas que nunca mais foi reaberto, empurrando mais e mais pessoas para a situação de rua. O povo da rua também exige o fim da violência policial e institucional recorrente por parte da Polícia Militar e Guarda Municipal. Por fim, a população de rua ressaltou a necessidade de oportunidades de moradia e emprego para buscar uma vida com dignidade.

O ato caminhou até a escadaria da Prefeitura, onde um teatro foi apresentado e uma carta de reivindicações foi entregue a representantes da Assistência Social, a quem foi pedido uma Audiência Pública sobre essas demandas.

Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=OK0ar1gHf24
https://www.youtube.com/watch?v=Urnh-lOBaoo

Mais informações com o Mnpr/sc – Movimento Nacional População Rua – Santa Catarina

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Sem sossego no fim de semana, Adeliana se compromete com mesa de negociação

Segunda-feira (21/03) – 14º dia de greve

Já são 4 noites mal dormidas no acampamento em frente à Prefeitura, mas repletas de muita solidariedade da categoria e população, que tem contribuído com sua presença e também oferecendo cafés, tortas, pizzas e outras comilanças.

Além dos dias de banquete, foram também 4 dias em que a população pode ver com os próprios olhos o tratamento oferecido pela prefeita às servidoras e servidores. As barracas levantam curiosidade, mas também a indignação do povo josefense que passa pela Beira-Mar e vê a situação.

O fim de semana, em que a cidade comemorava os 266 anos de idade, foi agitado. Sábado de manhã, a presença da prefeita na inauguração da praça na Colônia Santana não passou em branco. Cobrada pela população sobre a greve, Adeliana Dal Pont não fez pose pra foto, mas se comprometeu em sentar com o Comando de Greve na segunda-feira pela manhã!

Se era apenas uma tática para manter as aparências nos eventos de aniversário da cidade, não funcionou. Não teve trégua para Adeliana: à tarde tinha cobrança da população na inauguração de praça no Luar; à noite, na missa e no corte do bolo que a prefeita não participou.

No domingo pela manhã, a greve não esperou convite especial para a corrida de canoas. Já que navegar é preciso, então fizemos nossos próprios barquinhos de luta para comparecer no evento!

Hoje (segunda) já começamos o dia com uma vigília na Prefeitura, junto ao acampamento. O sucesso da negociação depende diretamente de nossa capacidade de mostrar a força e apoio que a greve tem, principalmente marcando grande presença na negociação.

Além da reposição total da inflação, precisamos discutir a longa pauta de reivindicações em defesa das condições de trabalho e qualidade dos serviços públicos! Na terça-feira, há nova assembleia da categoria para avaliação e deliberação.

A pergunta do início da semana é só uma: Adeliana está disposta em atender as justas reivindicações para encerrar a greve?

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Fotos: Sintram SJ

Ato da mordaça em frente à Prefeitura

Quinta-feira (10/03) – 7º dia de greve

Após uma semana com ações descentralizadas nos bairros e um ato unitário com a categoria de Florianópolis, a categoria em greve do funcionalismo público de São José voltou à frente da Prefeitura da Adeliana Dal Pont (PSD). Cerca de 200 pessoas estiveram presentes, a maioria vestida de preto e carregando as simbólicas mordaças.

A ação foi motivada pelas tentativas da Adeliana em conseguir uma decisão pela ilegalidade da greve, assim como a tentativa de impedir os atos de se aproximar da Prefeitura de São José. Quem antes dizia que iria valorizar o servidor, agora não quer deixar a categoria nem chegar perto para cobrar seus direitos!

A categoria passou o recado de que não vai ser calada tão facilmente, com direito a um “deitaço”, minuto de silêncio e cantos de mobilização! Uma menção especial às trabalhadoras do CEM Profª Maria Iracema Martins de Andrade – Barreirão, que se mobilizaram junto a pais e estudantes para produzir belas faixas de luta e também um documento pressionando a Prefeitura a negociar. São essas ações da base que dão ânimo e vitalidade para a greve!

O encontro também serviu para passar informes e notícias sobre a luta. Uma das mais sérias é a respeito da demissão de mais de 150 trabalhadoras dos serviços gerais ligadas à Prefeitura. O Sintram SJ informou que esteve em negociação para garantir o emprego das trabalhadoras, que precisam negociar com a terceirizada Khronos para manter os postos de trabalho.

Além da posição de defesa de concurso público e direitos para todas as funções, é necessário aproveitar esse momento de nossa mobilização para demonstrar solidariedade com as companheiras e companheiros, ameaçados pelas relações abusivas do trabalho terceirizado!

Outros informes falaram sobre a vergonha do processo de formação de professores, que está sendo precarizado. Por conta de dívidas com os facilitadores do ano passado, a Secretaria de Educação propõe nova formação em 2016 com síntese de textos e sem especialistas no tema.

Na Câmara de Vereadores, segue o processo de angariar adesões à emenda que retira o vínculo dos benefícios ao limite prudencial. Por enquanto, 6 dos 13 vereadores assinaram. Além da emenda, será necessária pautarmos reuniões extraordinárias para avançar a votação, lembrando da data limite em abril para mexer na folha do município.

Político é que nem feijão: só funciona na pressão!

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Sem cheque em branco para Prefeitura, a greve continua!

Manhã de segunda-feira (07/03) – 4º dia da greve

A semana começou com uma nova assembleia, para avaliar os rumos do movimento, decidir sobre o prosseguimento da greve e o calendário da semana. A categoria chegou perto de lotar o auditório da Arena Multiuso de São José.

As principais discussões foram sobre a liminar concedida pelo desembargador do TJ-SC, que apontou o retorno das atividades essenciais e determinou que não haja bloqueios à prestação dos serviços públicos; o encaminhamento dos projetos de lei sobre a regência e demais benefícios à Câmara de Vereadores; e também a declaração da prefeita Adeliana Dal Pont de que negociaria o reajuste se a greve acabasse.

Esclarecidas as medidas legais que o sindicato está tomando e discutida a importância de pressionar na Câmara, os debates seguiram sobre duas alternativas: a continuidade da greve ou um recuo tático para testar a disposição da prefeita Adeliana em negociar.

A maioria das falas argumentou que não podíamos dar nenhum voto de confiança nessa gestão do executivo, que acena pela negociação no mesmo dia em que pede liminar na Justiça decretando a greve ilegal.

Além disso, foi ressaltado o significado simbólico de uma volta ao trabalho, ainda que sob estado de greve: seria mais difícil retornar a mobilização e poderia passar um recado ingrato pra população, de que não há comprometimento com os serviços públicos, como se a decisão por parar e recomeçar a greve fosse trivial.

Por fim, a votação não demonstrou dúvida: a enorme maioria da assembleia votou pela continuidade da greve! Foi tirada uma agenda semanal com atividades diárias, optando pela descentralização da luta com panfletagens nos bairros. A assembleia terminou com um apelo à solidariedade da categoria: lutamos por nós, mas também pelo serviço público e por aquelas que vierão depois de nós!

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Foto: Sintram SJ